Se a floresta tivesse sabor, teria gosto de açaí. Planta nativa da Amazônia, o fruto vem sendo tratado, há muito tempo, como uma riqueza ou tesouro, agradando um complexo mercado consumidor nacional e internacional, interessado em aproveitar desde a polpa para sucos e vitaminas à utilização cientifica no desenvolvimento de fármacos, produtos de beleza e cosméticos.
Mas não é só o fruto da Euterpe oleracea, nome cientifico da planta, vem chamado atenção do mercado externo. A palmeira do açaí sempre se mostrou muito interessante, principalmente para a alta gastronomia. O palmito do açaizeiro tem características únicas para o paladar, com textura al dente agrada principalmente os chefs de cozinha mais exigentes, com alta valorização. Não é a toa que seu consumo só aumenta ao longo do tempo.
Aproveitado até o caroço, o açaí vem se posicionando com uma alternativa lucrativa. Com mais de 3 milhões de toneladas da fruta exportadas por ano e um faturamento que orbita na ordem dos 6 bilhões de reais só no Pará, os empresários começam a estudar a verticalização da produção. O exemplo é o próprio palmito, já que a sua extração ocorre apenas depois da planta encerrar os três ciclos de safra do fruto, com a venda de 3 milhões de caixas do palmito no último ano.
Para Cláudio de Almeida Magalhães, economista e empresário, pioneiro na indústria do palmito de açaí tipo exportação, dono da marca KING OF PALMS, uma das mais antigas do mercado, acredita que o açaí garante é uma atividade sustentável, típica do caboclo da Amazônia, com grande potencial de crescimento. “O manejo do açaí é uma pratica altamente sustentável, um produto brasileiro, que só existe na Amazônia. É uma espécie endógena, ou seja, sem concorrência”, defende.
A atividade da indústria do palmito de açaí também é especial para a geração de renda local. Dados apontam que mais de 100 mil pessoas dependem da cadeia do açaí no Pará. Um número bastante relevante visto o atual cenário de desemprego do país. “A verdade é que o fruto é uma grande riqueza local, uma atividade sustentável, que não agride a natureza, de um produto totalmente orgânico, pois não se usa nenhum tipo de produto químico no seu plantio. Algo único no mundo”, completa Magalhães.
Fernando Bruno Barbosa, presidente do SINDPALM, as indústrias do açaí e do palmito de açaí não são concorrentes. “As duas indústrias se complementam. O que ocorre em muitas empresas de palmito, é que elas passam o ano explorando o caroço de açaí até chegar o momento ideal do corte do palmito; e vice-versa, as empresas que produzem o açaí, acabam usando a palmeira para a produção do palmito quando a planta não é mais frutífera”, explica.
Considerado por muito como um bioproduto, ou seja, sustentável, a cadeia da planta do açaí tem se tornado uma das soluções para o desenvolvimento sustentável da Amazônia, e formato inclusivo, gerando emprego e renda, e movimentando a indústria paraense de maneira responsável.
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